'A gente quer viver': movimentos negros fazem manifestação em Brasília pelo fim da violência policial

1 de 2 Manifestação pelo fim da violência policial contra a população negra, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos/ g1 Movimentos negros de todo o Brasil se reúnem, nesta quinta-feira (25), para uma manifestação pelo fim da violência policial contra a população negra. O ato acontece em Brasília e outras 24 capitais. O protesto ocorre no mesmo dia da morte de Luiz Gama, advogado e abolicionista, referência do movimento negro. Em Brasília, a concentração começou às 15h, em frente ao Museu Nacional da República e seguiu pela Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional. Duas faixas da pista foram fechadas para o trânsito. Gritos de "parem de nos matar" eram ouvidos durante o percurso. A marcha é em memória de todas as vítimas da violência contra a população negra, diz Dani Sanches, do movimento Pelas Vidas Negras do DF. "Lembrar as vítimas de uma política genocida e uma necropolitica que acontece todos os dias com os corpos negros", diz Sanchez. LEIA TAMBÉM: VÍDEO MOSTRA AGRESSÃO: jovem negro de 24 anos denuncia violência em abordagem da PM no DFPLANALTINA: homem negro é agredido por PMs durante abordagem no DFVIOLÊNCIA POLICIAL: Como o Brasil combate o racismo? Reivindicações 2 de 2 Neucirene Almeida e Maria das Dores do Rosário Almeida saíram do Amapá para participar de manifestação pelo fim da violência contra a população negra, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos/g1 Segundo Ester Porto, do movimento Afronte, o jovem negro é vítima constante da violência policial e o ato traz como debate central o fim dessa violência e o direito à vida da população. "A gente quer viver. O povo negro quer viver, não quer ser mira da polícia de forma alguma. O jovem negro é a mira da polícia", diz a jovem de 21 anos. Do Amapá, Neucirene Almeida veio para Brasília para participar de encontros de organizações do movimento negro. O pedido dela reforça a pauta principal do ato desta quinta-feira. "Parem de nos matar. Parem de matar a nossa juventude. Parem de matar as mulheres negras. A gente precisa que a segurança pública esteja para nossa proteção, a gente vive o medo", diz Neucirene. Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília 1 de 10 Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos/ g1 2 de 10 Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos/g1 10 fotos 3 de 10 Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos/g1 4 de 10 Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos/g1 5 de 10 Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos/g1 6 de 10 Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos/g1 7 de 10 Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos/g1 8 de 10 Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos/g1 9 de 10 Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos/g1 10 de 10 Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília — Foto: Fernanda Bastos Manifestação pelo fim da violência policial, em Brasília O que pede a Jornada dos Movimentos Negros Contra a Violência Policial Ao todo, 11 demandas do movimento serão levadas ao Poder Executivo: Reconhecimento dos terreiros como espaços do sagrado e titulação dos territórios quilombolas no Brasil;Suspensão de qualquer investimento em construção de novas unidades prisionais e proibição absoluta da privatização do sistema prisional;Métodos de controle externo à atuação policial e a responsabilização e cobrança ao papel constitucional dos Ministérios Públicos no que diz respeito à limitação da atuação violenta das polícias;Revogação da Lei de Drogas, fim dos homicídios decorrentes de oposição à ação policial e desmilitarização das polícias;Fortalecimento de mecanismos de prevenção combate e rigorosa punição à tortura;Que sejam estabelecidos limites às abordagens policiais “para que não sejam racistas e discriminatórias”-- instituição de um Sistema Nacional de Abordagem Policial;Construção de uma política de drogas “que seja fundamentada em evidências científicas, na garantia dos direitos humanos e inpiduais, na redução de danos, na promoção da educação e da saúde pública, sua descriminalização, colocando definitivamente um fim a guerra às drogas”;Federalização de todos os casos em que o resultado da incursão policial caracterize assassinatos, execuções e/ou chacinas;Elaboração de um Plano Nacional de reparação para familiares e vítimas do Estado;Que o Congresso Nacional elabore uma lei que torne obrigatório e regulamente o uso de câmeras em uniformes de agentes de segurança pública e privada em todo país;Que o STF proíba operações policiais com caráter de vingança a assassinato de policiais e operações invasivas em comunidades sob pretexto do combate ao tráfico de droga. 📱 Participe da comunidade do g1 DF no WhatsApp e receba as notícias no celular. 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24/08/2023 (00:00)
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